Considerando que o processo de emancipação caminha com a elaboração do passado, podemos sublinhar que a experiência com a literatura — especialmente uma literatura que evidencie os traumas coletivos como a herança escravocrata e a violência contra à mulher —, quando explorada por meio de um método educativo de contato com a exposição estética, torna-se uma maneira de ressarcir opressões há muito naturalizadas e, automaticamente, edificar a mudança de comportamento em relação ao passado. Nesse sentido, esta pesquisa tem como eixo norteador o resgate, o aprofundamento e a divulgação do romance Úrsula, publicado em 1859, por Maria Firmina dos Reis, considerado o primeiro romance a registrar a temática da escravidão pela voz de uma mulher afrodescendente, observando-se, ainda, a invisibilidade dessa obra em contexto escolar. Para isso, busca auxílio crítico-teórico em Mendes, Muzart, Dalcastagnè, Duarte, Telles dentre outros teóricos da supracitada autora. Busca-se, também, a partir desse estudo, reafirmar a obra firmiana como a escrita de uma mulher à margem da sociedade e à frente do seu tempo, especialmente, porque rompeu com a tradição patriarcal e racista do século XIX.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica