A escrita da história foi, por séculos, reduto masculino, ocupado por privilegiados homens que tiveram acesso à instrução e eram contratados pelo poder para registrar os eventos de cada reinado. Assim se deu na América, cujo passado foi escrito pelos conquistadores europeus a serviço dos monarcas a quem serviam como cronistas. Tal configuração unilateral da história da América tem levado muitos romancistas americanos a revisitar o passado e a reescrever episódios marcantes de cada nação sob diferentes perspectivas. Essa releitura da história pela ficção é ainda mais significativa quando feita por uma das parcelas excluídas dos discursos oficiais, como é o caso das mulheres. Neste contexto, verificamos como a escrita híbrida contemporânea de autoria feminina tem se ocupado do passado americano, conferindo-lhe inusitadas visões, múltiplas perspectivas e inquietantes possibilidades de leituras. Algumas dessas escritas femininas no universo literário latino-americano que apresentamos em nossa análise são: Lucía Miranda (1860), de Eduarda Mansilla, reeditada por María Rosa Lojo em 2007; Desmundo (1996), de Ana Miranda; Amores insólitos de nuestra historia (2001), de María Rosa Lojo; com Inés del Alma mía (2003), de Isabel Allende; Anacaona: Golden Flower, Haiti 1490 (2005), de Edwidge Danticat; Malinche (2006), de Laura Esquivel. Para isso, baseamo-nos em pressupostos teóricos de estudiosos como Ciplijauskaité (1994), Cunha (2004), Guerra (2007) e Fleck (2017).
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica