Este texto trata do valor da escrita de mulheres como ferramenta de decolonização diante de cânones que invisibilizam as vozes literárias consideradas dissonantes. A identidade e a escrita que desarticula as construções identitárias padronizadas e amplia os espaços para a construção de novas subjetividades abordam conceitos que visam romper com as diversas tentativas de opressão e silenciamentos que vitimam mulheres durante séculos. As manifestações colonializantes por meio de instrumentos de dominação masculina, de práticas racistas e sexistas ainda figuram em nossos cenários. Entretanto, com o avanço das pautas feministas, a esfera literária tem sentido a presença da autoria feminina deixando suas marcas em estilos caracterizados por lutas e resistências. Outro ponto relevante é o aumento da crítica feminista formada por pesquisadoras que leem mulheres e escrevem também ficção. Esses atributos são centrais para pensar a escrita de mulheres e tomar posse de um campo pertencente a elas, como protagonistas de suas criações ficcionais e análises literárias. Assim, pensar a escrita de mulheres é uma forma de resistir a apagamentos que a colonialidade quer manter. É uma epistemologia que visa o agenciamento de vozes marginalizadas e permite constatar que o direito de escrever é tão necessário quanto o direito de existir.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica