A presente comunicação tem como objetivo discutir como o romance Little Women (ALCOTT, 2014) foi adaptado por Greta Gerwig no filme homônimo em 2019. O romance de Alcott constrói a personagem Jo March como uma representação da autoridade feminina no campo literário e das dificuldades enfrentadas por escritoras nos Estados Unidos do século XIX (SHOWALTER, 2009). Apesar do desejo da agência literária estar no cerne da personagem, as adaptações anteriores não englobam o processo de sua escrita, deixando-o apenas como o seu motif. Com base nas teorias do cinema (BORDWELL, 1989; DE LAURETIS, 1982; MCCABE, 2004), percebemos Gerwig centraliza as questões de autoria e gênero em sua narrativa, conduzindo sua história por meio da jornada de autoridade de Jo March. Além disso, devido ao caráter autobiográfico da obra (RIOUX, 2018), a diretora-roteirista idealiza estilisticamente Jo March enquanto L.M. Alcott, trançando um paralelo entre ficção e não-ficção. Inferimos, portanto, que a adaptação de Gerwig, enquanto atividade interpretativa e criativa, expande os pontos-centrais da discussão da autoria e do gênero vistos em Alcott, atualizando os discursos a fim de apresentar uma nova leitura do romance em que Jo e Alcott se tornaram uma.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica