O objetivo desta pesquisa em andamento é demonstrar e analisar as intertextualidades entre a narrativa de fundação Gupeva: romance brasiliense, de Maria Firmina dos Reis, e Caramuru: poema épico do descobrimento da Bahia, de José de Santa Rita Durão, tendo como base a estética romântica brasileira que envolveu a criação do texto de Firmina. Nesse sentido, entende-se que, no Romantismo brasileiro, a literatura teve grande importância devido ao contexto político que envolveu esse movimento no país, evidenciando a preocupação por parte dos românticos em delinear uma identidade nacional.
Diante disso, torna-se fundamental salientar que Firmina foi uma mulher negra, nascida bastarda no Maranhão de 1825, onde viveu todos os seus 92 anos como professora e colaboradora assídua de periódicos, nos quais manifestava seus ideais progressistas. Apesar da distância geográfica, acreditamos que a escritora se mantinha inteirada quanto aos debates literários que ocorriam na Corte. Considerando essa possibilidade, a escolha de reviver alguns personagens e determinados elementos de Caramuru em Gupeva parece motivada. Assim, ao analisar o romance indianista, esta pesquisa compreende Reis não só como uma escritora romântica, mas como autora e pensadora do próprio Romantismo e, consequentemente, da historiografia brasileira.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica