O presente trabalho, visa analisar os contos “Jumping Monkey Hill” e “Os casamenteiros” que compõem o livro de contos no seu pescoço (2017) de Chimamanda Ngozi Adichie, sob a ótica dos estudos literários, culturais e de gênero, a fim de verificar a forma como a mulher negra, sendo um sujeito duplamente colonizado é representada na narrativa e de que forma a escritora retrata as questões relacionadas ao assédio, violência, opressão e patriarcalismo. Fundamentamos nossa pesquisa bibliográfica nos arcabouços teóricos de Hooks (2019), Bhabha (2013), Saffioti (2004), Kilomba (2019) entre outros. Podemos concluir que Adichie usa seu direito de fala conferido pela escrita para problematizar o cenário feminino na sociedade, ela usa a ficção como forma de protesto e denúncia aos contextos familiares nigerianos que oprimem e objetificam os corpos femininos, colocando as mulheres negras a margem do poder e da representação, inviabilizando-as em diferentes contextos, negando-lhes o direito de serem ouvidas e terem seus direitos assegurados, pois o que sobressai é a vontade do homem, seus desejos e sua voz. Adichie consegue em seus contos representar-se e representar o lugar de fala da mulher negra através dos seus escritos, pois através da escrita manifesta-se uma forma de emancipação e militância.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica