Considerada a primeira mulher nua da literatura brasileira, Gilka Machado carrega na sua escrita marcas de modernidade como forma de expressar a condição da mulher no século XX. Ela encontra em formas fixas, como o soneto, o meio adequado para subverter a temática e, assim, expor o seu eu-lírico feminino que toca o corpo e a alma através de uma voz sensual. A marca moderna surge a partir da temática que pouco comunica o fim da década de 1910, quando publica sua primeira obra Cristais Partidos, em 1915. O seu livro de estreia, responsável por destinar a Gilka o título de matrona imoral, é recheado de descobertas, tentativas e exposição de um eu feminino que se encontra aprisionado e oprimido pela sociedade de seu tempo. O que se tem é a busca pelo reposicionamento da mulher na sociedade a partir do seu papel como agente social e individual, de modo a reconhecer sua potência. O resgate da escrita gilkiana traz uma mulher que foi bastante moderna a seu tempo e contribuiu para a construção de um espaço mais confortável a presença da mulher, de modo a quebrar alguns preconceitos e permitir que o reconhecimento um dia venha, mesmo que póstumo.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica