O presente artigo tem como objetivo averiguar as relações entre gênero e (in)sanidade no romance Carta à rainha louca (2019), com base no relato da protagonista-escritora Isabel das Santas Virgens. Nesse sentido, buscamos compreender conceitos relacionados ao que pesquisas apontam como um “triângulo clássico” que é a intersecção entre mulher, loucura e literatura, algo que pode ser visto em diversas narrativas, escritas por homens e por mulheres, as quais possuem peculiaridades que diferem o modo como essas mulheres consideradas insanas são representadas. Ademais, trazemos em nossa análise o enfoque em duas personagens: a protagonista-escritora e a figura de D. Maria I, a quem a epístola que compõe o romance é endereçada. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico, em que nos apoiamos nas teorias de Showalter (1994; 1987), Scott (2019), Zanello (2018), Engel (2018), Silva (2018), Schwantes (2005), entre outras. Portanto, compreendemos que a protagonista Isabel evidencia através de seu relato os processos que levavam mulheres consideradas desviantes das normas impostas a serem consideradas insanas, ou mesmo como as posições de poder as adoeciam mentalmente, em uma época em que depressão e melancolia eram confundidas com insanidade (DEL PRIORE, 2019), como no caso da rainha D. Maria I.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica