Os Estudos Culturais trouxeram novas perspectivas aos estudos literários a partir dos anos 1960, explorando nuances que eram pouco consideradas ou mesmo desconsideradas na crítica literária. Neste sentido, buscou-se com este ensaio analisar as representações presentes em “Jumping Monkey Hill”, da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie à luz das teorias relacionadas ao feminismo, gênero, racismo e orientalismo embasando-a em Butler (2019), Hall (2003; 2006), Kilomba (2010) e Said (1990). Como resultado, observa-se que o enredo e os diálogos revelam a relação de autoridade e poder enquanto construção socioeconômico-política. Além disso, percebe-se que a autora faz uma crítica sutil aos teóricos que consideram a escrita identitária como de menor valor literário. Por fim, constata-se o deslocamento das identidades das personagens que, a depender do contexto, assumem-nas em termos de gênero raça e/ou classe, em um movimento que tornou-se possível com a ascensão e a visibilidade das lutas feministas, de gênero, queer, de raça e de outras minorias políticas. Em suma, propõe-se aqui indicar que “Jumping Monkey Hill” é um conto com várias possibilidades de interpretação, revelando muito de sua autora e reforçando a importância da reflexão acerca das relações dialógicas entre texto, autor e leitor.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica