Esta comunicação tem por objetivo discutir o possível diálogo entre o romance A cachorra, da escritora colombiana Pilar Quintana, e a tragédia grega Medeia, de Eurípedes. Pretende-se abordar a relação materna de ambivalência de sentimentos, que vão do amor ao ódio, desconstruindo a visão histórica e cultural sobre a maternidade imposta pela sociedade às mulheres. Em A cachorra, Damaris, protagonista do romance, adota uma cadela e a partir daí tem-se início, na obra, às reflexões sobre maternidade, por meio da relação de Damaris com a cachorra. Defende-se que o romance de Pilar Quintana desconstrói a visão da maternidade, socialmente construída, e traz à tona questões como frustração e agressividade, que fazem parte da maternidade. Na tragédia de Eurípedes, Medeia mata seus dois filhos, após ser traída pelo esposo, como forma de vingança. Pretende-se, nessa proposta de diálogo entre A cachorra e Medeia, pensar na ambivalência de sentimentos em relação aos filhos. Para além do diálogo entre as duas obras, pretende-se abordar questões relativas à condição da mulher e sua relação com o seu corpo e com a natureza do lugar onde se passa o romance.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica