As obras da escritora Buchi Emecheta (1944-2017) são marcadas pelo compromisso de corrigir os estereótipos da mulher nigeriana e africana, ao expor a realidade cotidiana e a opressão imposta pelas normas sociais. Seus romances abarcam temas como a educação feminina, a imposição da maternidade, a violência do colonialismo, a cultura que deslegitima a autonomia das mulheres e o trânsito de pessoas sujeitos por diferentes partes do mundo. Os romances Second-Class Citizen, In the ditch e Kehinde, fornecem uma visão efetiva das lutas sociais e culturais vivenciadas pelas mulheres na sua terra natal, assim como em território estrangeiro. O devir em trânsito que as protagonistas vivenciam, bem como os contínuos deslocamentos por espaços afetivos, geográficos e identitários levam a transformações em suas subjetividades. Por isso, o presente trabalho discute o impacto da mobilidade e dos deslocamentos nos processos de construção identitária de sujeitos migrantes. Para isso, partimos da hipótese de que a escritora nigeriana articula nas suas narrativas um espaço contemporâneo evidentemente diaspórico, multicultural, pós-colonial e transnacional, que é notoriamente marcado por questões de gênero. Essa discussão torna possível articular o espaço por meio da escrita e corrobora para a possibilidade de refletirmos sobre uma estética da diáspora.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica