As cartas escritas a partir da distância entre dois, remetente e destinatário, pretendem encurtar distâncias. Distância esta que pode representar a residência em cidades, estados ou países diferentes, assim como pode ter por causa uma viagem. Partindo do pressuposto de que as cartas são uma escrita endereçada e, por isso, desejam a leitura, iremos refletir sobre o endereçamento em quatro romances de Maria Valéria Rezende: Carta à rainha louca; O voo da guará vermelha; Outros cantos; e Quarenta dias. Apesar de lermos uma escrita epistolar apenas no primeiro romance (Carta à rainha louca), os outros também são endereçados, seja em formato de diário (Quarenta dias) ou entre as personagens que contam e ouvem histórias (O voo da guará vermelha e Outros cantos). Maria Valéria Rezende, autora, freira e missionária, viajou o Brasil envolvida com a educação popular. Deste modo, lemos reflexos da condição de transitoriedade da autora: de quem vai e de quem fica. De quem escreve e com a escrita busca leituras. Os romances, assim, podem ser lidos como correspondências de um Brasil visto por Isabel das Santas Virgens, por Rosálio e Irene, por Alice, por Maria. Um Brasil visto e escrito por Maria Valéria Rezende: uma carta aberta.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica