Neste trabalho, analiso a escrita de Carolina Maria de Jesus (1914-1977) em o Quarto de despejo (2014) com o objetivo de identificar a necessidade da escrita enquanto uma forma de sobrevivência às adversidades em que a escritora vivia. Carolina menciona o trabalho cotidiano para encontrar alimento. A escrita também era uma ferramenta para a possibilidade de sonhar apesar de um mundo de miséria, a vivência atravessa a escrita da autora como um enfrentamento ao contexto sufocante da fome. Um dos suportes teóricos utilizados nessa analise é o texto Falando em línguas: uma carta para as mulheres do terceiro mundo (1981), da autora Glória Anzaldúa (1942-2004), o qual dialoga com o Quarto de despejo, de modo que a necessidade de pensar a escrita de mulheres pobres e não brancas, em gêneros literários diversos, se evidencia como um enfrentamento ao que é reconhecido pelo cânone literário.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica