A proposta deste texto é a de pensar a autoria feminina no século XIX, no Brasil, a partir do romance Lésbia (1890), de Maria Benedita Bormann (1852-1895), ressaltando os desafios de ser uma escritora na época. Assim, pretende-se enfatizar esse aspecto, assim como aproximá-lo do estudo histórico-teórico-crítico da literatura em suas complexas nuanças e estado permanente de reavaliação. O romance Lésbia apresenta uma personagem ansiosa por autonomia em um cenário bastante moralista e sexista, próprio de sua época. O Künstlerroman escrito por Maria Benedita Bormann apresenta o percurso de formação artístico-literária da protagonista Arabela, até tornar-se escritora e publicar sob o pseudônimo de Lésbia. Ao tratar dessa trajetória, a autora evidencia os muitos desafios para que fosse possível escrever, uma vez que a literatura era ainda um espaço praticamente interdito às mulheres, como o atesta a pequena herança literária reconhecida até então. Para essa abordagem, será pertinente retomar as reflexões de Virginia Woolf sobre as escritoras do passado, assim como pensar sobre o relevante papel da Antologia Escritoras Brasileiras do Século XIX, obra referencial organizada por Zahidé L. Muzart, e sua contribuição para o resgate das escritoras do passado.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica