Os papeis sociais de cada indivíduo estão ligados ao corpo, logo os espaços públicos e a mulher se tornam monopólios masculinos segundo Bourdieu. E nesse mundo que sempre pertenceu aos machos, para impor a mulher como o Outro, ocorreu muita violência e cerceamento. E essa violência instaurada conforme Leenhardt, reclama uma desordem que culmina na necessidade do relato, e a literatura via ordem da representação pode descortinar esse discurso. Assim, o presente estudo visa analisar a representação das inúmeras violências sofridas pela mulher no livro Palavras Póstumas, de Diana Pilatti. Os poemas usam da palavra como ferramenta contra o silenciamento nem que seja póstumo, ou em forma de prece pelas que nascem e sobrevivem. No poema 7 mortes, a exemplo, segue-se uma sequência narrativa que simula de forma crescente os graus de violências, vão do nascer ao morrer e devido a essa crescente que percebemos conforme Arendt, que a violência é um instrumento que precisa de repetição e justificação a fim de legitimar nesse caso o poder masculino. E cruelmente podemos concluir com a ajuda de Saffioti que a nossa morte como seres livres começa quando se limita desde o nascimento a identidade social, a partir do sexo biológico.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica