O objetivo deste trabalho é apresentar como o envelhecimento feminino é tratado em duas obras escritas por mulheres: Velhos, de Alê Motta (2020), e Madalena/Alice, de Bia Barros (2018). Nessas narrativas, observa-se o peso social que recai sobre a mulher velha, pois este não cumpre mais funções estabelecidas a priori para as mulheres, construídas sócio-historicamente. O corpo das mulheres maduras, às quais não se prestam mais à erotização nem à maternidade, por exemplo, é subalternizado e, por vezes, silenciado. Paralelamente a isso há, ainda, processos de adoecimento ligados tanto a um processo natural da vida quanto à realidade vivenciada por muitas mulheres. Seguindo as pistas deixadas por Elódia Xavier em Que corpo é esse? (2007), buscamos traçar uma espécie de tipologia do corpo envelhecido, a fim de demonstrar a diversidade de suas representações na literatura de autoria feminina, as quais passam pelo corpo feminino degradado e silenciado, mas também redimido e redimensionado a partir do autorreconhecimento de uma subjetividade construída não mais por um olhar externo da sociedade, mas sim a partir de suas próprias potencialidades.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica