O fim do colonialismo não representou o fim das relações de poder discriminatórias. As literaturas africanas no contexto histórico e político de ex-colônias, passam a ser direcionadas para a questão da descolonização, como, por exemplo, Hibisco roxo, publicado em 2003, por Chimamanda Ngozi Adichie. A história recente da Nigéria está intimamente relacionada à trama ficcional dessa narrativa, em relação à instabilidade política do período Pós-Colonial, com seus golpes de estado e guerras civis, assim como aos conflitos e às tensões culturais e sociais, decorrentes dos processos de colonização europeia. Dessa forma, a colonização, bem como os problemas resultantes das relações entre o poder colonial e o outro colonizado, tornaram-se temas constantes na produção romanesca, visto que esse fator provocou traumas nas sociedades africanas que passaram pelo processo aviltante da colonização de poder. O presente trabalho tem a intenção, então, de compreender de que forma Adichie representa, através de uma escrita ficcional de fundo histórico e memorialístico, uma sociedade nigeriana contemporânea traumatizada perante violências causadas pelos processos coloniais europeus. Além das perspectivas teóricas pós-coloniais, lançaremos mão dos estudos referentes à história e memória de Mbembe, Achille (2013), Ramon Grosfoguel, (2011), Seligmann-Silva (2008), Le Goff (1990), dentre outros.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica