O processo de busca de reordenamento das posições de subalternidade no sul global tem sido um objetivo da Crítica feminista pós-colonial e decolonial. Entender as individualidades, dar voz aos silenciados, repensar e reescrever o que foi dito ao longo de séculos de colonização europeia tem sido uma constante do pensamento crítico contemporâneo, principalmente a partir da década de 70. Textos da literatura de autoria feminina vem sofrendo revisitação e reescritura, numa tentativa de dar voz à personagens antes silenciadas. O propósito desse ensaio é tecer considerações sobre o romance “Vasto Mar de Sargaço” (1966), da autora dominiquesa-britânica Jean Rhys. A obra é narrada como uma prequela de outro romance da literatura inglesa, “Jane Eyre” (1847), de Charlotte Brontë. A protagonista de Jean Rhys, Antoinette Cosway, é apresentada como a versão anterior da personagem Bertha, a louca do sótão, em “Jane Eyre”. A partir da perspectiva do entre-lugar pensado por Silviano Santiago e da Crítica Feminista Pós-colonial, propõe-se alguns apontamentos sobre a personagem Antoinette Cosway, sua relação com o entorno local e a ideia do corpo feminino como território a ser conquistado e colonizado pelo homem branco europeu representado por seu marido.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica