Desde a colonização, quando o Brasil foi tomado pela cultura europeia, convencionou-se aos corpos comportamentos, modos de ser, viver, sentir e de se apresentar. À mulher determinou-se, pela sua capacidade reprodutiva, o casamento, os cuidados com os filhos, lar, marido e o silêncio. Aos homens garantiram a liberdade de expressão e o ambiente público para empreender, conduzir a política e a economia. Tal divisão, sexual e de trabalho, contribuiu para a formação de uma sociedade desigual, na qual as desvantagens recaem aos corpos femininos. Nesse sentido, esta pesquisa visa verificar, a partir da leitura da obra Carta à rainha louca (2019), de Maria Valéria Rezende e do conto “O pai”, de Helena Parente Cunha, de que forma certas construções discursivas – narrativas do corpo – em perspectiva cultural, têm construído ideais para os corpos femininos literais e metafóricos. Nosso propósito é refletir acerca das razões pelas quais, passados mais de cinco séculos da implantação do sistema patriarcal, ainda perdura no ideário popular – determinando padrões de comportamento e formas de organização social e cultural – a percepção de que a educação para meninas e meninos deve ser hierarquizada em detrimento da condição feminina.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica