Durante muitas décadas as memórias de mulheres sobreviventes do Holocausto ficaram à margem das pesquisas e publicações que discutiram, a partir das várias áreas do conhecimento, esse genocídio. É possível perceber que essas memórias permaneceram “apagadas” por muito tempo. Na década de oitenta, do século XX, são publicados alguns estudos acerca da deportação de mulheres, sobre seus relatos e suas escritas memorialistas abordando as agruras vivenciadas nos campos nazistas. Nos anos noventa esses estudos sobre “Mulheres e Holocausto” se ampliarão a partir de pesquisas acadêmicas e de publicações sobre o assunto. No entanto, a inserção das experiências específicas de mulheres nos campos nazistas, como objeto de pesquisa, causou várias polêmicas, principalmente no campo da historiografia, tendo em vista que vários estudiosos defendiam a ideia de que “ao separar a voz feminina daquela mais universal – masculina” haveria a possiblidade de “diminuir a potência de um único coro” (Kremer, 2019). Além disso, segundo Hanna Serkowska (2007), esses estudos “foram logo taxados de banalização e vulgarização de uma experiência única como a Shoah”. Isso posto, esse trabalho tem como objetivo apresentar alguns testemunhos de escritoras italianas sobreviventes da Shoah que evidenciam o silenciamento de suas vozes no imediato pós-guerra italiano.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica