Neste trabalho, pretendo demostrar que há uma singularidade em alguns poemas acerca do tema “palavras”, de autoria de duas escritoras negras brasileiras, nascidas em Minas Gerais: Conceição Evaristo, em 1946 e Ana Cruz, em 1965. Ambas apresentam um número significativo de poemas, em que referem que a origem de suas produções literárias está na oralidade. De famílias sem recursos, os primeiros ensinamentos vêm da mãe, da avó e de outras mulheres da família ou da comunidade, na forma oral. Atualmente, entretanto, elas são gratas por este ambiente familiar, pois é nele que encontram o suporte necessário para a literatura que produzem: a “écriture”. Para as autoras, a valorização da memória é fundamental, na medida em que esta assegura os conhecimentos que preservam a ancestralidade e, em consequência, (re)afirmam a identidade. Seleciono, para análise, alguns poemas de Evaristo, publicados em Poemas da recordação e outros movimentos (2008) e, de Cruz, poemas retirados de E...feitos de luz (1997), Com perdão da palavra (1999), Mulheres que rezam (2001), Eu não quero flores de plástico (2016). Recorro, também, a bases teóricas e obras do campo da Crítica Literária Feminista, de autoria de hooks, Djamila Ribeiro, Chimamanda, Gonzáles, Akotirene, entre outras.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica