Neste trabalho, lançamos uma discussão à luz da interculturalidade entre as obras de autoria lusófona, o monólogo de Eduarda Dionísio, “Falas da Castro”, presente na obra “Antes que a noite venha” (1992), e a composição musical de Pedro Abrunhosa, “Balada de Gisberta” (2007). Aproximamos, em nossa análise, as duas mulheres que são inspirações para as obras, Inês de Castro, mulher rainha portuguesa do período medievo que foi assassinada, e que é remorada no monólogo de uma mulher da noite, e Gisberta Salce, mulher brasileira assassinada em Portugal por crime de transfobia. O objetivo da presente pesquisa é promover a interlocução entre essas mulheres atravessadas pela violência de gênero, as marcas em seus discursos de mulheres marginalizadas, e seus percursos de memórias entre morte, solidão e exploração sexual. Dessarte, buscamos aprofundar as reflexões sobre gênero postas em Oliveira (1999), Duarte (2003), subalternidade, de Spivak (2010), autoria feminina portuguesa, de Andrade (2010) e Transfeminismo, de Nascimento (2021). Desse modo, estabelecemos relações entre os temas abordados com as complexidades que percorrem o labirinto de inspirações e influências culturais que permitem os diálogos entre mulheres já mortas, portuguesas e brasileiras, na produção portuguesa, resultando em entrecruzamentos culturais que atravessam o oceano.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica