O presente estudo tem como objetivo apresentar uma leitura possível do poema “Favela”, de Conceição Evaristo (2017), publicado na antologia poética intitulada Poemas da recordação e outros movimentos. Para tanto, compreende-se o proposto por Antonio Candido (2006), com o seu esforço para romper a dicotomia entre literatura e sociedade, enquanto ponto de partida à análise empreendida. Complementando a leitura em diferentes áreas do conhecimento – de modo a estabelecer um vínculo entre o ambiente, a obra e, sequentemente, entre a construção espacial da favela nos versos – estabelecemos diálogos com o geógrafo Milton Santos (2001), com a escritora Carolina Maria de Jesus, com a socióloga Marielle Franco (2018), com o politólogo Achille Mbembe, com a filósofa Lélia Gonzalez, entre outras(os). Ademais, ressaltamos que a produção ensaística de Conceição Evaristo (2009), em torno da noção de escrevivência, também constitui uma referência fundamental à abordagem realizada. A leitura ora proposta do poema “Favela” (EVARISTO, 2017) torna patente que a configuração de um imaginário racista fundamenta os processos de hierarquização e exclusão sociais e respalda a violência homicida imputada às(aos) sujeitas(os) racializadas(os).
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica