O presente trabalho busca discutir elementos pós-coloniais presentes na reescrita da peça shakespeariana A tempestade, feita por Margaret Atwood no romance Semente de Bruxa (título original Hag-Seed). Nessa perspectiva, o foco da análise incide sobre a personagem feminina Miranda, que, mesmo morta, é interpelada pelo discurso colonizador do pai (Felix), ainda que em pensamentos. Teoricamente embasamo-nos nas ideias de Daniela Buksdorf (2015), quando considera a reescrita como um exercício de resposta e / ou reivindicação. Para a autora, a reescritura é uma ferramenta de resposta literária, uma vez que desestabiliza as construções identitárias ditadas pelo discurso hegemônico e as substituem por discursos provenientes da margem. Destarte, através da aproximação entre o pós-colonialismo e o feminismo enquanto projetos políticos, consideramos que ambos buscam operar como uma estratégia de leitura afim de subverter as exclusões de um cânone não pela substituição de um grupo de textos por outros, mas pelo conjunto de práticas de leituras alternativas (FUNCK, 2016), assim como propomos fazer nesse estudo.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica