Em uma sociedade brasileira sulista na segunda metade do século XIX e início do XX, Julia da Costa se portou como mulher, escritora, artista. Nos inúmeros relatos deixados encontramos angústias, caminhos autobiográficos e literários. Julia da Costa narrou seus passos, seus amores, suas memórias em versos e cartas, estabelecendo vínculos profundos entre seus sentimentos e suas palavras. Muitas vezes esquecida, ao se falar da literatura de autoria feminina, ela aproxima-se de Júlia Lopes de Almeida e Leodegária de Jesus. Nas entrelinhas de sua obra encontramos uma mulher que dialogava com a sociedade patriarcal e opressora de seu período e pensava com as ideias do seu tempo – ora revolucionária, ora contida. Na necessidade de retomar autoras brasileiras e de superar os entraves impostos à essas vozes autorais, objetivamos rememorar Julia Maria da Costa. Realizando uma curadoria crítico-polifônica e estabelecendo elementos biobibliográficos (RABELO, 2021) buscamos manifestações do feminino nessa geopoesia (SILVA JUNIOR, 2018) do Sul brasileiro. Com base em Woolf (2014; 2019; 2020) e Beauvoir (1967; 1970; 2000), em diálogo com os estudos de Zahidé Muzart (2000; 2001), delinearemos caminhos e imagens que reconstruam uma busca por liberdade, pela voz e até mesmo pela condição autoral.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica