Esta pesquisa propõe uma leitura decolonial da coletânea de contos las Negras, da escritora porto-riquenha Yolanda Pizarro. A autora, cuja literatura apresenta-se como um espaço privilegiado que vai de encontro a toda uma lógica social estabelecida por critérios da raça e do gênero, oferece um projeto de reparação e emancipação literária e epistêmica contrária a um empreendimento moderno de base eurocêntrica que se propõe à universalização. Pizarro faz (re)emergir outras versões de histórias e pontos de vistas ocultados da modernidade, representando a "outra face" negada. Assim, busca-se compreender como a obra, enquanto projeto estético-literário político, postuladora de uma atitude crítica decolonial, nega a modernidade desde loci geopolíticos e corpos-políticos negros femininos de enunciação. À luz de pressupostos teóricos de perpectivas das margens do conhecimento hegemônico, intenciona-se examinar, a partir dos contos: i) a noção de ancestra (PIZARRO, 2011) para uma compreensão do processo de construção da diegese; ii) a relação do gênero com a manuntenção da colonialidade (LUGONES, 2008; COLLINS, 2019; SEGATO, 2012; PAREDES, 2010; GONZALEZ, 1988); e iii) pontos de contatos entre as narrativas da coletânea da qual emergem um pensamento decolonial partilhado. Para o cumprimento dos objetivos, essa pesquisa adota como método a abordagem qualitativa de natureza bibliográfica.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica