Segundo Sussekind (2005), Dalcastagnè (2008) e Resende (2008), o tema da violência, especialmente urbana, tem aparecido com certa constância na ficção contemporânea de modo geral. Especialmente a partir dos anos 1970 as escritoras passaram a tratar veementemente dos crimes contra as mulheres, “que vão do assédio moral, passando pelo espancamento, até chegar ao femicídio” (GOMES, 2013, p. 3). Interessa-nos nesta comunicação justamente analisar a representação da violência de gênero na literatura contemporânea escrita por mulheres no Brasil. A partir de um corpus maior proveniente de meu trabalho de doutorado, composto por 23 romances, cujo ponto em comum é a presença de uma personagem professora, selecionei algumas narrativas que exploram o tema aqui proposto: O caso Alice (1991), de Sônia Coutinho, Acqua Toffana (1994), de Patrícia Melo, e Às seis em ponto (1998), de Elvira Vigna. Cada uma lança mão de estratégias diversas para criar contextos em cujos centros estão as violências. Este é um esforço de nos unirmos ao urgente debate contra as múltiplas violências acometidas contra mulheres de diferentes cores, classes, idades, a partir de narrativas como as aqui apresentadas, cujos modos de representação lançam luz às formas de silenciamento que contribuem para que algumas práticas se perpetuem.
Comissão Organizadora
Leandro de Carvalho Gomes
Critica Feminista
Algemira de Macêdo Mendes
Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
Nayane Larissa Vieira Pinheiro
Nágila Alves da Silva
ANDRE REZENDE BENATTI
Alexandra Santos Pinheiro
Comissão Científica