ÚLCERA DE LIPSCHUTZ ASSOCIADA A DENGUE COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE ÚLCERAS GENITAIS

  • Autor
  • Luciana Ayres de Oliveira Lima
  • Co-autores
  • Raquel Autran Coelho Peixoto , Candida Mayara Rodrigues Carvalho , Maria Clara Boris Costa , Renata Pinheiro Martins de Melo
  • Resumo
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    O diagnóstico diferencial de úlceras é sempre um desafio, uma vez que à ectoscopia algumas patologias podem ser semelhantes. O presente relato tem relevância pela associação de úlcera de Lipschutz e dengue, pouco descrita na literatura. Mulher, 18 anos, G0P0, solteira com parceiro fixo há 4 anos, com vida sexual ativa em uso irregular de preservativo, procurou ambulatório de infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) de um hospital do Ceará em 2022 devido a quadro de cefaleia, adinamia, disúria e febre iniciados há 03 dias, seguido de úlceras em região vulvar. Negava comorbidades ou episódios prévios de úlceras genitais ou tratamento para IST. Relatava quadro de odinofagia há 1 mês que melhorou após antibioticoterapia. Ao exame físico, apresentava múltiplas úlceras pouco dolorosas à manipulação, com fundo melicérico, localizadas em região vestibular e de pequenos lábios. Ao especular, presença de conteúdo branco amarelado espesso. Foi realizada testagem rápida para HIV, sífilis e hepatitesB e C, todos não reagentes, e oferecido tratamento empírico para úlceras dolorosas com azitromicina e aciclovir. Prosseguiu-se a investigação diagnóstica com bacterioscopia por Gram de raspado de úlcera vulvar, exame a fresco de conteúdo vaginal e exames laboratoriais. Na bacterioscopia, não foram identificados microrganismos que pudessem explicar o quadro. Os exames sorológicos foram não reagentes para HIV, Hepatite B, Hepatite C, EBV (IgM e IgG), Herpes simples 1 e 2 (IgM e IgG), VDRL, Anticorpo para Treponema pallidum e CMV (IgM). Houve achado positivo para sorologia de dengue (IgM) associado à alteração em hemograma (hemoconcentração e plaquetopenia). Repetida a sorologia para sífilis após 7 dias a fim de afastar janela imunológica, manteve-se negativo. Apesar do tratamento, houve persistência das lesões vulvares e evolução para surgimento de rash em membros superiores e inferiores, além de eritema palmar e plantar transitórios. Após 15 dias da lesão inicial, apresentou melhora espontânea das úlceras e de exantema. Diante da exclusão de outros diagnósticos, a principal hipótese foi de úlcera de Lipschutz relacionada ao quadro de dengue. Trata-se de uma condição autolimitada ocasionada por reação de hipersensibilidade após infecção viral (EBV, CMV, influenzae) ou bacteriana (Salmonella, Mycoplasma), em que surgem úlceras genitais dolorosas, “em espelho”, localizadas principalmente em pequenos lábios e vestíbulo, que tendem à resolução espontânea em até seis semanas. 

     

     

  • Palavras-chave
  • úlcera, diagnostico diferencial, dengue
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Dermatoses vulvares.
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