Introdução: O câncer cervical corresponde a quarta neoplasia mais comum entre as mulheres nos países desenvolvidos1, e a principal etiologia é a infecção pelo papiloma vírus humano, que apesar de comum e geralmente transitória pode evoluir para um processo neoplásico benigno ou maligno, que pode levar de dez a vinte anos2, o que facilita a detecção das lesões pré-neoplásicas precocemente. O rastreio é realizado com a citologia oncótica, que, se alterada, segue para avaliação pela colposcopia, que possui características sugestivas de carcinoma microinvasor3.
Objetivos: Avaliar a sensibilidade da colposcopia no diagnóstico do carcinoma escamoso microinvasor de colo uterino e determinar fatores de risco em pacientes admitidas em Hospital Universitário em Curitiba entre 2014-2021.
Material e métodos: Estudo analítico, retrospectivo, transversal e observacional, baseado na análise de prontuários de pacientes que foram encaminhadas da rede básica de saúde ao Ambulatório de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC/UFPR), por alteração no exame citopatológico convencional, no período de fevereiro de 2011 a agosto de 2021. As citopatologias foram classificadas pelo Sistema Bethesda, 2001.
Resultados: A pesquisa avaliou 1986 pacientes, com idade entre 13 e 78 anos, das quais 54 apresentaram diagnóstico histopatológico de carcinoma escamoso microinvasivo. O exame mostrou suspeição de invasão em 74,1% da amostra, e foi considerado satisfatório em 88,9% das pacientes com achados suspeitos, dos quais, o epitélio acetobranco foi o mais significativo, presente em 75,9%.
Conclusão: No presente estudo a sensibilidade da colposcopia foi de 74,1% e o fator de risco mais significante associado à suspeita de microinvasão foi o achado colposcópico de epitélio acetobranco denso. A principal utilidade do exame se dá quando o mesmo apresenta resultado negativo. Em relação as fatores de risco (a idade, o número de gestações, a sexarca, o número de parceiros, o hábito tabágico e a presença de IST) não parecem constituir fatores de risco relevantes associados à microinvasão, de acordo com as análises do presente trabalho.
Comissão Organizadora
Victor Lemos
Ilca Amorim
JOSÉ HUMBERTO BELMIRO CHAVES
Bruna Oliveira
Comissão Científica
Yara Lúcia Mendes Furtado de Melo