A Sífilis é uma importante doença infectocontagiosa cuja principal forma de transmissão é pelo contato sexual. No Brasil, entre 2010 a 2019, houve aumento da notificação de casos de sífilis adquirida, passando de 34,1 para 75,8/100.000 habitantes, sendo 10,3% desses casos em adolescentes com idade de 13 a 19 anos. A evolução clínica desta doença varia em períodos sintomáticos e assintomáticos divididos em 4 estágios principais: sífilis primária, sífilis secundária, sífilis latente e sífilis terciária. O Condiloma Plano é um achado incomum da sífilis em secundária, sendo mais frequente em pacientes com história de sífilis anterior. Trata-se de lesões em forma de placas ou pápulas, que podem se apresentar em diversas áreas como genitais, ânus, sulco nasolabial, axilas, pescoço, palato entre outros, e nos genitais se assemelham a outras lesões como Condiloma Acuminado, Herpes Genital, tumores malignos e de Buschke- Lowenstein, dificultando o reconhecimento diagnóstico. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso de Condiloma Plano acometendo adolescente atendida por um Programa Saúde da Família (PSF) na cidade de Teófilo Otoni, em Minas Gerais. Paciente feminino, 16 anos, estudante, desacompanhada, procurou atendimento com queixa de lesão vulvar com início há cerca de 5 meses, com piora progressiva para múltiplas lesões, com dor e prurido associados, sem relato de remissão no período. Relatou menarca aos 12 anos, sexarca aos 15 anos, ser sexualmente ativa com parceiro único e fixo, sem método de barreira e uso de contraceptivo oral. Referiu ainda que o parceiro foi diagnosticado com sífilis há 3 meses. Ao exame ginecológico paciente apresentava múltiplas lesões em placas irregulares de tamanhos variados, vegetantes, com coloração acinzentada, em regiões vulvar, perianal e introito vaginal, indolores, úmidas e sem flogose. Foram solicitadas sorologias para infecções sexualmente transmissíveis. Paciente retornou com resultado dos exames, apresentando VDRL reagente 1/32, anti-HIV, anti-HCV e HbSAg não reagentes, FTAbs IGG negativo e IGM positivo, tendo sido indicado tratamento com a Benzilpenicilina benzatina na dose 2,4 milhões UI, intramuscular, dose única. Paciente foi encaminhada para seguimento no Centro Estadual de Atenção Especializada (CEAE) e três meses após a primeira consulta compareceu para acompanhamento relatando desaparecimento total das lesões. Ao exame físico confirmado regressão total das lesões, sem cicatriz residual.
Comissão Organizadora
Victor Lemos
Ilca Amorim
JOSÉ HUMBERTO BELMIRO CHAVES
Bruna Oliveira
Comissão Científica
Yara Lúcia Mendes Furtado de Melo