Introdução: Os vírus linfotrópicos para células T humanas tipo I (HTLV-I/ 2) foram os primeiros retrovírus humanos identificados na década de 1980, apresentam fortes tropismo por linfócitos-T e transmissão intercelular obrigatória nas quais podem permanecer inseridos em seus DNAs na forma de pró-vírus (estado latente em que se encontra o RNA do retrovírus após ter sido incorporado ao DNA da célula hospedeira por longos anos ou se manifestar pouco tempo depois da contaminação). O Brasil é um dos campeões mundiais em números absolutos de portadores com pelo menos 800mil pessoas infectadas - número que pode chegar a 2,5 milhões, dependendo da fonte. No mundo é estimado algo entre 10 e 15 milhões de portadores. Objetivos: Ressaltar as principais consequências na contaminação pelo vírus HTLV e a importância do rastreamento durante o pré-natal. Metodologia: Estudo do tipo revisão de literatura cujos documentos foram obtidos nos bancos de dados Medline/PubMed e Scielo, com trabalhos publicados nos últimos 05 anos nas línguas portuguesa e inglesa. Resultados: as principais formas de transmissões são: sexual, transfusões de sangue, pelo uso compartilhado de seringas e agulhas e da mãe para o filho durante a gestação ou parto — risco mais baixo — ou por aleitamento materno — alto risco. A maioria dos infectados (90%) permanece assintomática, mas é reservatório do vírus e sustenta a cadeia de transmissão. Por outro lado, até 7% dos portadores desenvolvem manifestações clínicas graves e com prognóstico reservado como leucemia/linfoma de células T do adulto (ATLL) e mielopatia associada ao HTLV-1/paraparesia espástica tropical (HAM/TSP). A infecção também pode causar uma série de doenças inflamatórias, como uveíte, dermatite e doenças reumatológicas, além de poder cursar com imunodepressão subclínica e patologias oportunistas como estrongiloidíase, hanseníase, escabiose crostosa e tuberculose. O HTLV-2 está associado à leucemia de células pilosas, à eritrodermatite, a polineuropatias e, em coinfectados com HIV, as infecções bacterianas e micoses fungoides. Em virtude de seu caráter silencioso, a infecção e suas vias de transmissão[JN1] permanecem relativamente desconhecidas e seus rastreamentos nos exames de pré-natal não são obrigatórios, muito embora compunha a lista de contra indicação absoluta para o aleitamento materno. Conclusão: Diante da gama de complicações que o vírus pode causar a médio e longo prazo, se faz necessário a sua investigação, principalmente durante o pré-natal, para que a doença pare de se perpetuar de forma obscura e desconhecida.
Comissão Organizadora
Victor Lemos
Ilca Amorim
JOSÉ HUMBERTO BELMIRO CHAVES
Bruna Oliveira
Comissão Científica
Yara Lúcia Mendes Furtado de Melo