Introdução: A sífilis congênita é causada principalmente por transmissão transplacentária da bactéria Treponema pallidum (Schaudinn) em qualquer estágio gestacional, ou menos comumente, no momento do parto, acarretando em diversas complicações gestacionais e eventos adversos nas crianças acometidas, quando não diagnosticadas e tratadas adequadamente. A ocorrência de sífilis congênita, principalmente quando é grande número e em ascendência, reflete falha no sistema de saúde pública. Objetivos: Demonstrar o panorama epidemiológico da ocorrência da transmissão vertical de sífilis no Estado de Alagoas entre os anos de 2009 e 2019. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo e descritivo, cujos dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2009 a 2019. Foram utilizadas variáveis disponíveis de sífilis na gestante e sífilis congênita. Resultados: No período descrito, foram notificados 3748 casos de sífilis em gestantes e 3618 casos de sífilis congênita. Na grande maioria (73%) foi realizado o rastreamento durante o pré-natal. Em relação ao tratamento, nas mães, 46% não realizaram, já quanto aos parceiros destas, em 67% dos casos não foram realizados. Discussão: Estudos estimam que ocorram 520.000 consequências fetais no mundo a cada ano, tornando a sífilis congênita mais comum que a infecção congênita pelo HIV. De acordo com os resultados avaliados, o ano que obteve maior prevalência de sífilis materna e congênita no Estado de Alagoas foi o de 2018. A dificuldade de prevenção da transmissão vertical permanece justificada pela baixa adesão à execução dos testes diagnósticos, como também do tratamento precoce e adequado. Conclusão: Diante dessa análise, é possível constatar que as notificações de sífilis tanto materna quanto congênita são indicadores da qualidade da assistência pré-natal, sinalizando a necessidade de reorientação das estratégias para reduzir a incidência desta morbidade. Nesse cenário, torna-se imprescindível facilitar o acesso ao tratamento, assim como o fortalecimento das ações que abordem a necessidade de adesão ao tratamento das gestantes juntamente com seus parceiros sexuais.
Comissão Organizadora
Victor Lemos
Ilca Amorim
JOSÉ HUMBERTO BELMIRO CHAVES
Bruna Oliveira
Comissão Científica
Yara Lúcia Mendes Furtado de Melo