Lactobacillus spp. são predominantes na microbiota vaginal e, se usados via intravaginal, representam uma possibilidade para correção de disbiose local e tem sido estudados como adjuvantes aos anti-microbianos e anti-fúngicos principalmente para melhor controle de recidivas de infecções. Como não existem formulações comerciais no Brasil, o desenvolvimento de formulações magistrais é uma opção, desde que garanta a viabilidade e a efetividade terapêutica dos Lactobacillus usados. Com o objetivo de avaliar a estabilidade e a viabilidade de diferentes cepas de Lactobacillus spp. e de quantificar o percentual de recuperação dessas cepas, foram testadas 24 diferentes formulações magistrais contendo cinco espécies certificadas de Lactobacillus spp. em quatro formas farmacêuticas de aplicação vaginal contendo um bilhão de cada cepa (109), sendo elas: 1-cápsulas vaginais, 2-pomada vaginal,3- óvulos gelatinosos e 4-óvulos cerosos. As cepas veiculadas foram: L. crispatus LCr86, L. johnsonii LJ-G55-81, L. gasseri LG08, L. reuteri LR-G100, L. rhamnosus LRa05 , foi também veiculada em cada forma farmacêutica, uma composição das cinco cepas conjuntas, chamada Fórmula L5 com 5 bilhões de cepas. Após a manipulação, as formulações foram testadas quanto à estabilidade farmacotécnica empregando testes de peso médio, desintegração e avaliação de características organolépticas. Em seguida, a avaliação de recuperação microbiana foi realizada pela contagem de Unidades Formadoras de Colônia (UFC). Todas as formas farmacêuticas avaliadas, com exceção dos óvulos gelatinosos, permitiram a recuperação dos micro-organismos em concentrações que variaram de 107 a 109 UFC, faixa de variação com efeitos fisiológicos em humanos, e nos tempos estudados 0, 30 e 60 dias, garantindo estabilidade de 60 dias para as formulações. Embora três formulações vaginais (pomada, óvulos cerosos e cápsulas vaginais) tenham apresentado viabilidade das cepas de Lactobacillus spp. empregadas, o melhor desempenho de recuperação microbiana foi observado para a formulação em cápsulas vaginais para as cepas de L. crispatus, L. rhamnosus e para a Fórmula L5, seguida pelos óvulos cerosos de L. johnsonii, L. gasseri e L. reuteri. Isso demonstra que as formulações magistrais vaginais necessitam de padronização das cepas utilizadas e dos adjuvantes empregados. Novos estudos são necessários para avaliar a viabilidade de outras cepas, a utilização de outros adjuvantes técnicos, veículos ou diferentes instruções de conservação que favoreçam a atividade de probióticos, entretanto a fórmula farmacêutica de cápsula vaginal demonstra ter efetividade e ser uma excelente candidata a formulação para uso vaginal, garantindo sobrevida de Lactobacillus spp. veiculados.
Palavras-Chaves: Lactobacillus spp., cápsula vaginal, probióticos
Comissão Organizadora
Victor Lemos
Ilca Amorim
JOSÉ HUMBERTO BELMIRO CHAVES
Bruna Oliveira
Comissão Científica
Yara Lúcia Mendes Furtado de Melo