Composição da microbiota vaginal feminina: Identificação molecular dos principais patógenos relacionados à vaginose bacteriana.

  • Autor
  • Lívia Custódio Pereira
  • Co-autores
  • Ana Paula Carvalho de Araújo , António Carlos da Silva Cardoso , Ylanna Karin de Medeiros-Nóbrega , Rosane Mansan Almeida , Yanna Karla de Medeiros Nóbrega
  • Resumo
  •  

    A vaginose bacteriana (VB) é a infecção vaginal mais prevalente que acomete mulheres em idade fértil, estando associada a inúmeros fatores de risco. Uma Microbiota vaginal (MBV) composta predominantemente por Lactobacillus spp. é protetora e previne as infecções do trato genital. O diagnóstico da VB é comumente realizado através da presença de sinais e sintomas clínicos e por critérios como: aferição de pH vaginal, teste das aminas, microscopia a fresco ou bacterioscopia pela coloração de gram (índice de Nugent). No entanto, em muitos casos, o diagnóstico clínico pode ser impreciso ou incorreto, sendo o emprego de métodos moleculares uma ferramenta de maior precisão, por ser possível identificar e quantificar os micro-organismos que compõe a MBV, permitindo sua classificação. O objetivo deste estudo foi categorizar e analisar as principais espécies causadoras de VB e as principais espécies de Lactobacillus que compõem a microbiota vaginal, identificadas e quantificadas no exame diagnóstico que emprega a técnica de RT-PCR. Foram incluídas 225 pacientes e foram classificadas a microbiota vaginal de 217 mulheres, sendo 8 não classificadas por não terem nenhum tipo de micro-organismo identificado na amostra. As microbiotas vaginais foram ainda identificadas como: disbióticas, por redução ou excesso de Lactobacillus spp.; ou eubióticas, quando os Lactobacillus spp. estavam em quantidades adequadas. As duas Community State Types (CST) encontradas foram CST I e CST IV-B, entretanto, como houve a identificação da presença de Lactobacillus spp. em concomitância com os anaeróbios, esta última foi subdividida em quatro subgrupos CST IV-B, sendo eles: 1-clássica (ausência de Lactobacillus spp.), 2-com L. crispatus, 3-com L. iners e 4-com L.jensenii. Os micro-organismos mais prevalentes foram Gardenerella vaginalis e Atopobium vaginae. A observação da presença de Lactobacillus spp. nas amostras com bactérias anaeróbias, corrobora com a hipótese de que a vaginose bacteriana é uma infecção polimicrobiana, e que os Lactobacillus embora desempenhem importante papel para prevenção de infecções vaginais e contribuam para a saúde vaginal, na presença destas bactérias podem perder essa capacidade protetiva e permitir que a infecção ocorra. Este trabalho demonstrou a importância da utilização de técnicas moleculares no auxílio do diagnóstico correto das infecções vaginais, e, ao demonstrar que a vaginose bacteriana ocorreu mesmo na presença de Lactobacillus spp., uma das principais espécies que compõe a microbiota vaginal, demonstrou a importância da utilização de técnicas moleculares no auxílio do diagnóstico correto das infecções vaginais.

     

  • Palavras-chave
  • vaginose bacteriana, vaginite citolítica, Lactobacillus spp., Comunity State Types, Microbiota Vaginal
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Biologia molecular aplicada ao TGI.
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