As infecções ginecológicas e as dificuldades encontradas pelas mulheres na prevenção da candidíase vulvovaginal são as causas mais frequentes nos consultórios dos médicos ginecologistas. A candidíase vulvovaginal (CVV) é uma infecção fúngica causada pela levedura do gênero candida e, juntamente com a tricomoníase, são responsáveis por cerca de 90% das secreções vaginais anormais. A espécie que mais afeta a população feminina em idade reprodutiva é a Candida Albicans, Berkhout 1923, seguida pela Candida glabrata, HWAnderson SAMey & Yarrow 1978. O desconforto e a repetição causados pela infecção levam à automedicação, que é estimulado pela facilidade ao acesso a antifúngicos. Assim, esse trabalho tem como objetivo estudar as causas da automedicação e como isto reflete na recorrência da CVV. Realizou-se uma revisão integrativa de literatura utilizando as bases de dados Scielo, Medline (via Pubmed) e Google acadêmico, utilizando os descritores “Candidíase recorrente” e “automedicação” com o operador booleano AND e seus respectivos termos em inglês. Os trabalhos foram selecionados de acordo com os seguintes critérios de inclusão: estudos relacionados à candidíase vulvovaginal recorrente e a automedicação e publicados nos últimos cinco anos. A seleção foi realizada por leitura de títulos, resumos e artigos na íntegra. Foram levantados 199 títulos dos quais 187 foram excluídos pela leitura do título e resumos e 12 artigos foram lidos na íntegra, dos quais cinco foram incluídos na presente revisão. Estudos apontam que 70 a 75% das mulheres terão pelo menos um episódio de CVV na vida e cerca de 40 a 50% terão recorrência dos sintomas. Com isso, observou-se que a alta taxa de recorrência ocorre em virtude dos fatores de risco, genéticos e comportamentais, além da automedicação, uma vez que com a dificuldade ao acesso a consultas médicas, o elevado incômodo causado pelos sintomas e a facilidade na compra das medicações, colaboram com o uso indevido dos medicamentos e a formação de cepas mais resistentes. Nesse contexto, a literatura relata que os casos que envolvem a candidíase vulvovaginal recorrente (CVVR) e o aumento da resistência aos agentes antifúngicos estão frequentemente relacionados à profilaxia inadequada e à falta de orientação correta, incluindo falhas no diagnóstico e automedicação, sendo necessária uma conduta farmacêutica adequada, para a redução do problema e proporcionar uma melhor qualidade de vida para as pacientes.
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Comissão Científica
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