Introdução: A himenoplastia é um procedimento cirúrgico de curta duração, que visa a reconstrução do hímen, pequena película vascularizada encontrada no canal vaginal. Essa estrutura surge no início do desenvolvimento embrionário do sexo feminino e, devido à sua localização e proteção contra o meio externo, seu rompimento é associado culturalmente a perda da virgindade. Por este motivo, o surgimento dessa intervenção provocou o interesse de mulheres, especialmente por influências culturais e/ou religiosas, de mascarar a prática de relações sexuais antes do casamento. Objetivos: Reconhecer a influência cultural na necessidade da mulher em realizar himenoplastia. Material e Métodos: O estudo foi obtido pelo banco de dados PubMed, no período de 2012-2022, com uso dos descritores: “himenoplastia” e “virgindade”. Foram encontrados 22 artigos, dos quais apenas 6 foram selecionados por critérios de relevância. Foram priorizados os estudos que abordaram o aspecto ético e social como influências na prática da himenoplastia. Resultados: As cirurgias ginecológicas são responsáveis pela recuperação da saúde ou na reconstrução estética do trato genital inferior das mulheres. Nesse sentido, a himenoplastia surge, principalmente, como uma prática de aceitação social e adequação do sexo feminino nos padrões previamente impostos pela sociedade. Como abordado, diversas culturas e religiões priorizam a preservação da virgindade antes do casamento e, esse procedimento surge como uma alternativa para mulheres que desejam esconder e de certa forma, se protegerem dos estigmas enfrentados. Conclusão: Ainda que a sociedade tenha evoluído bastante, muitas culturas preservam a ideia da prática de relações sexuais apenas na noite de núpcias. Desse modo, a himenoplastia é uma estratégia atual e praticada, muitas vezes, sem aconselhamento clínico pelos profissionais de saúde em muitas mulheres. No entanto, ainda que seja uma maneira de segurança e proteção dos estigmas exigidos na cultura de diversas pessoas do sexo feminino, esses procedimentos, de certa forma, perduram as normas de gênero.
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