Introdução: A ectopia cervical uterina é um fenômeno fisiológico em que há eversão do endocérvice no ectocérvice. Com isso, ocorre a exposição de epitélio colunar simples e glandular, predominante no endocérvice, na ectocérvice, onde prevalece epitélio estratificado escamoso. O epitélio evertido tem uma aparência avermelhada, semelhante ao tecido de granulação. Sua ocorrência está relacionada ao período reprodutivo, comum em adolescentes, mulheres jovens, grávidas e rara em mulheres na pós-menopausa. A prevalência estimada para a ectopia varia de 17 a 50%. É provável que a maioria das mulheres tenha ectopia em algum momento durante suas vidas. Atualmente, não existe um consenso na literatura acerca da melhor conduta diante da ectopia cervical. Objetivo: Identificar a conduta de médicos, que atuam como ginecologistas na região Nordeste, diante da ectopia cervical. Material e Métodos: Trata-se de um estudo observacional, de corte transversal, desenvolvido com ginecologistas e residentes que atuam no Nordeste. Os médicos foram entrevistados durante a realização do XXX Congresso Nordestino de Ginecologia e Obstetrícia/45º Congresso Pernambucano de Ginecologia e Obstetrícia. O questionário foi entregue antes do início e recolhido ao final das mesas redondas e conferências. Todos os participantes receberam e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados: Foram convidados 175 médicos que atuam como ginecologistas, participantes do referido Congresso, a responder o questionário. Um total de 131 entrevistados (74,9%) responderam ao questionário, outros 44 (25,1%) optaram por não o responder. Não houve questionamento quanto ao motivo da recusa a participar da entrevista. A média de idade dos participantes foi de 46 anos (±13,2), variando de 25 a 86 anos; 24,4% fizeram pós-graduação (mestrado e/ou doutorado); 87% fizeram residência em Ginecologia e Obstetrícia; 53,4% têm título de especialista e/ou subespecialidade; 79,4% trabalham na capital de seu respectivo estado; e 58% têm mais de um vínculo profissional. Quanto à conduta adotada perante a ectopia cervical, a maior parte dos ginecologistas optaram pela conduta expectante (57,3%); seguida por cauterização diante de sintomas (37,8%). Cauterizar sempre é conduta adotada por 5,3% dos entrevistados. Conclusão: Conclui-se que, apesar de não existir um consenso na literatura, a maioria dos ginecologistas optam por uma conduta expectante.
Comissão Organizadora
Victor Lemos
Ilca Amorim
JOSÉ HUMBERTO BELMIRO CHAVES
Bruna Oliveira
Comissão Científica
Yara Lúcia Mendes Furtado de Melo