Introdução: O câncer de colo uterino é importante causa de morbimortalidade. Representa o quarto tumor mais frequente na população mundial feminina. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 99% das lesões precursoras e dos cânceres invasivos do colo do útero são causadas pelo papilomavírus humano (HPV). Objetivo: Avaliar a concordância entre os resultados histolopatológicos da biópsia de colo uterino e da exérese da zona de transformação. Material e Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal e retrospectivo, com amostra obtida em prontuários e laudos de anatomopatológico de pacientes atendidas no ambulatório de Patologias do Trato Genital Inferior (PTGI) da Escola Paulista de Medicina (EPM), no período de 2017 a dezembro de 2021, e que foram submetidas à exérese de zona de transformação (EZT) com o método de cirurgia de alta frequência. Resultados: Foram incluídas no estudo 474 pacientes. Entre os resultados histopatológicos da biópsia de colo prévia à EZT, obtiveram-se 36 resultados negativos (7,6%), 22 resultados de lesão de baixo grau (4,7%), 5 resultados de metaplasia escamosa atípica (1%) e 411 resultados de lesões de alto grau (86,7%). Dos resultados histopatológicos da EZT por CAF, foram registrados 46 (9,7%) resultados negativos, 30 (6,3%) resultados de lesão de baixo grau, 21 (4,4%) resultados de metaplasia escamosa atípica, 354 (74,7%) resultados de lesão de alto grau e 23 (4,9%) carcinoma invasor. Efetuada comparação entre os resultados, verificou-se que, dos 474 casos, a avaliação histológica da EZT apresentou lesão de mesmo grau em 368 pacientes (77,6%). Em 54 (11,2%) a lesão encontrada na EZT foi menos grave do que a encontrada na biópsia e em 31 (6,54%) pacientes cursaram com o desaparecimento total da lesão. Em 53 (11,2%) a lesão encontrada na EZT foi mais grave do que a encontrada na biópsia. Conclusão: A concordância entre os resultados histológicos da biópsia cervical e do produto da exérese da zona de transformação é variável na literatura. Entre os fatores que justificam essa discordância, destaca-se: experiência do colposcopista para adequada realização da biópsia, divergência interobservador na análise de lâminas histopatológicas e terminologia para graduação das lesões utilizada nos estudos.
Comissão Organizadora
Victor Lemos
Ilca Amorim
JOSÉ HUMBERTO BELMIRO CHAVES
Bruna Oliveira
Comissão Científica
Yara Lúcia Mendes Furtado de Melo