O Papilomavírus Humano (HPV) é um fator etiológico importante associado ao desenvolvimento do câncer de colo de útero. A Chlamydia Trachomatis (CT) é a infecção bacteriana sexualmente transmissível mais frequente em todo o mundo e pode estar relacionada como cofator de risco para infecção pelo HPV e como consequência para o câncer cervical. Logo, é importante analisar como a relação dessas infecções pode estar associada a um maior potencial de desenvolvimento do câncer cervical. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada por buscas no PubMed, sem restrição de idioma e com filtro de 5 anos. Foram utilizados os descritores “Chlamydia infections” AND “Uterine cervical neoplasms” AND “Papillomavirus infections”. Com análise dos títulos, resumos e texto completo, foram selecionados 4 artigos para revisão. Devido a capacidade da CT entrar nas células e interagir com a imunidade inata e elementos metabólicos, pode ser responsável por distúrbios nas vias celulares que comandam a proliferação celular inibindo a apoptose e induzindo inflamação crônica. Além disso, pode interferir diminuindo o número de células presentes de antígeno, e reduzir a imunidade mediada por células, permitindo assim a persistência do HPV. As coinfecções por HPV e CT formariam um coquetel letal com potenciais de causar câncer do colo do útero e outros problemas relacionados à saúde. Segundo estudos, a infecção por CT foi significativamente maior entre mulheres HPV positivas do que aquelas HPV negativas, isso pode ser explicado pelo fato que CT e HPV são infecções que têm os mesmos fatores de risco comportamentais, como relação sexual desprotegida, por exemplo. A CT está indiretamente relacionada a lesões cervicais, aumentando o risco de infecções por HPV e persistência que é uma condição necessária para a transformação celular. Este trabalho permitiu observar que há uma associação alta de infecções únicas por CT e HPV, bem como de coinfecções, que podem estar relacionadas com os comportamentos sexuais que parecem explicar parcialmente as tendências observadas, sugerindo um risco significativo de neoplasia cervical ou lesões pré-cancerosas. Portanto, é evidente que tais infecções representam grandes problemas de saúde pública, sendo necessário mais estudos a fim de promover melhor acompanhamento e orientação para as mulheres.
Comissão Organizadora
Victor Lemos
Ilca Amorim
JOSÉ HUMBERTO BELMIRO CHAVES
Bruna Oliveira
Comissão Científica
Yara Lúcia Mendes Furtado de Melo