CORRELAÇÃO ENTRE A COMPOSIÇÃO DA MICROBIOTA CERVICOVAGINAL, PERSISTÊNCIA DA INFECÇÃO PELO PAPILOMA VÍRUS HUMANO (HPV) E PROGRESSÂO DO CÂNCER DE COLO UTERINO.

  • Autor
  • Vinicius Belfort Leão
  • Co-autores
  • Artur Lício Rocha Bezerra
  • Resumo
  •  

    Introdução

    Alterações na composição do microbiota cervicovaginal estão sendo apontados como cofatores responsáveis pela progressão da neoplasia intraepitelial cervical (NIC) à câncer de colo de útero invasivo. Nesse processo, a disbiose, provocada por microrganismos genitais, age através de ações imunossupressoras locais bem como por alterações metabólicas e favorecem a infecção por HPV de alto risco, possibilitando, assim, a carcinogenêse.

    Objetivo

    Relacionar alterações no microbiota cervicovaginal com o desenvolvimento do câncer de colo uterino.

    Material e Métodos

    Trata-se de uma revisão de literatura integrativa, com estratégia de busca no DATABASE Pubmed. Utilizaram-se os seguintes descritores “Microbiota” e “Uterine Cervical Neoplasms”, com limitação de cinco anos no período de publicação. Excluíram-se revisões de literatura e artigos cuja temática não atendessem aos temas centrais dessa revisão: microbiota cervicovaginal, câncer de colo de útero e infecção pelo HPV. 

    Resultados

    Dos 14 artigos encontrados no Pubmed, apenas 5 obedeceram aos critérios de inclusão. Nesses, foi definido que a infecção persistente pelo HPV, principalmente pelos subtipos 16 e 18, configura como principal fator de risco para a progressão de NIC à câncer de colo uterino invasivo. Nesse contexto, estudos realizados através de swabs vaginais vêm associando alterações no microbiota cervicoaginal e positividade para infecção pelo Papiloma Vírus Humano. Assim, observou-se que mudanças na flora vaginal como diminuição na contagem de Lactobacillus e aumento na quantidade e na diversidade de bactérias anaeróbicas especificamente a espécies Gardnerella Vaginallis e a Clamydia Trachomatis são cofatores importantes envolvidos na carcinogênese e na progressão tumoral. Isso se dá através do processo de disbiose  que provoca a substituição de espécies comensais, que seriam capazes de desencadear resposta imune, por microrganismos patogênicos, inertes imunologicamente, favorecendo, dessa maneira, a infecção viral persistente por HPV. Além disso, a redução na contagem de lactobacillus causa alterações metabólicas no muco cervical devido à redução na produção do metabólito, D-lactato, que possui importante função na viscosidade da secreção, e, portanto, no mecanismo de aprisionamento viral e no controle de microrganismos associados à neoplasia maligna de colo uterino. 

    Conclusão

    Constata-se que a infecção por HPV e as alterações na flora microbiana cervicovaginal como: depleção na população de lactobacillus e aumento na diversidade de espécies microbianas anaeróbicas estão associados a um risco aumentado para a progressão do câncer de colo uterino podendo, assim, contribuir como biomarcadores para o desenvolvimento de terapias alvo.

    Palavras-chave

    “Microbiota”; Uterine Cervical Neoplasms”.

     

  • Palavras-chave
  • Microbiota, Uterine Cervical Neoplasms
  • Modalidade
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