Resumo: O câncer de colo de útero apresenta-se como um grave problema de saúde pública, ocupando entre as mulheres, segunda causa de morte por câncer, e o quarto lugar em mortalidade no país, conforme o Instituto Nacional do Câncer – INCA em 2013. O exame de colpocitologia oncótica cérvico-vaginal apresenta boa sensibilidade e alta especificidade para detecção de alterações celulares das lesões intraepiteliais escamosas de alto grau. O tratamento adequado das lesões intraepiteliais escamosas cervicais (NIC 2 e 3) consiste um dos pilares para redução da incidência e morbimortalidade do câncer de colo de útero. Objetivos: Este estudo tem como objetivo avaliar a correlação entre os resultados de citologia oncótica cérvico-vaginal ASC-H (alterações celulares de significado indeterminado – não podendo excluir alto grau) e ou AGC (alterações celulares glandulares) e histopatologia, após serem submetidas a exérese da zona de transformação (EZT) por cirurgia de alta frequência (CAF) em um centro de referência da cidade de São Paulo. Material e métodos: Foi realizado um estudo transversal com coleta de dados de pacientes que foram submetidas a EZT por CAF no Núcleo de Prevenção de Doenças Ginecológicas do Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo nos anos de 2018-2021. Foram incluídas pacientes entre 25 e 64 anos submetidas a EZT por CAF com citologia oncótica cérvico vaginal inicial com resultado de ASC-H ou AGC no período de janeiro/2018 a dezembro/2021. Foram excluídas pacientes fora da faixa etária ou com outras alterações citológicas submetidas a EZT. Resultados: Durante o período de 2018 a 2021 foram realizadas 362 CAF para EZT. Dessas cirurgias, 7 foram realizadas a partir do resultado de AGC, 60 de ASC-H e 2 de resultados citológicos havendo os dois diagnósticos concomitantemente. Dentro das alterações classificadas como ASC-H, após a realização da EZT e avaliação histopatológica, foram encontrados 71,66% de resultados classificados como lesões de alto grau, 10% como baixo grau, 8,33% foram classificados como algum tipo histológico de câncer, e 10% como negativos. Dentro das alterações citológicas AGC, foram encontrados 4 resultados histológicos correspondentes a lesões de alto grau, que correspondem a 57,14% dos resultados histológicos, foram evidenciados 2 resultados negativos, que correspondem a 28,57% dos resultados e 1 resultado histológico correspondente a carcinoma espinocelular, que equivale a 14,28% dos resultados. Foram encontradas 24,63% de mulheres abaixo dos 30 anos com resultados de AGC ou de ASC-H, 66,66% de mulheres com a idade entre 30 e 60 anos, e mulheres acima dos 60 anos corresponderam a 8,69% dos mesmos. Conclusão: Os resultados desse estudo reforçam a importância do seguimento e acompanhamento de AGC e ASC-H, uma vez que as mesmas demonstraram ser altamente relacionadas a lesões de alto grau.
Comissão Organizadora
Victor Lemos
Ilca Amorim
JOSÉ HUMBERTO BELMIRO CHAVES
Bruna Oliveira
Comissão Científica
Yara Lúcia Mendes Furtado de Melo