Introdução: O Papilomavírus Humano (HPV) possui centenas de tipos, dos quais a maioria não causa manifestações no hospedeiro. No entanto, elas podem existir, sobretudo quando se trata de indivíduos imunossuprimidos. A imunossupressão é um importante fator de risco para o HPV e para o desenvolvimento de lesões induzidas pelo vírus. Objetivo: Analisar as diferentes manifestações e evoluções de lesões causadas pelo HPV em imunossuprimidas. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura, na qual buscou-se artigos científicos nas bases de dados CAPES, SciELO e Medline, por meio da plataforma Pubmed, usando os descritores immunossupressed e human papilomavírus e o operador booleano ‘’AND’’. Foram incluídos artigos dos últimos 5 anos. Resultado e discussão: Encontrou-se 204 artigos no total, dos quais 9 foram considerados relevantes para a análise pela leitura do título e resumo, e lidos integralmente. Observou-se que as manifestações do HPV aparecem mais comumente em indivíduos com algum tipo de imunodeficiência, como portadoras do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e receptoras de transplante, podendo aparecer sob as formas de verrugas, lesões pré-cancerosas ou câncer propriamente dito. A incidência e prevalência de tumores anogenitais benignos ou malignos é aumentada nessas pacientes. Clinicamente, as displasias localizadas na região genital podem apresentar-se como escamosas, esbranquiçadas, placas eritematosas, eczematosas, papilomatosas, papulares, pigmentadas ou fissuradas, a depender do tipo viral. É comum a presença de mais de um tipo de HPV em mulheres imunossuprimidas, as infecções são persistentes e as lesões têm menor probabilidade de regressão, o que gera maior risco de canceres induzidos pelo vírus. Tal fato é comprovado pela incidência 6 vezes maior de câncer de colo de útero nessa parcela da população. Além disso, em portadoras do HIV, as verrugas genitais e cutâneas são recorrentes e mais difíceis de tratar. A terapia antirretroviral não tem efeito nessas lesões, no entanto, está relacionada com menor risco para câncer cervical. Em receptoras de transplante é comum a infecção por várias cepas e a incidência de carcinoma aumenta quanto mais alta for a dose de imunossupressão. Conclusão: Percebe-se que a imunodeficiência altera o curso da doença, podendo causar desfechos graves, com o desenvolvimento e complicação de lesões ocasionadas pelo Papilomavírus Humano. Assim, é de extrema importância a prevenção e acompanhamento rigoroso dessas pacientes, juntamente com tratamento adequado.
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