Introdução: O papilomavírus humano (HPV), particularmente o HPV16 e o HPV18, estão fortemente associados com lesões pré-malignas do colo uterino. No entanto, a infecção pelo HPV é uma doença sexualmente transmissível comum e apenas algumas mulheres desenvolvem câncer cervical. Dessa forma, a realização periódica do exame citopatológico é a estratégia mais utilizada em todo o mundo para a detecção precoce do câncer do colo do útero. Objetivo: Analisar os índices de realização de citologia oncótica e relacionar com as taxas de diagnóstico de neoplasia maligna cervical no Estado de Alagoas. Metodologia: Estudo descritivo, populacional, quantitativo, transversal e observacional, realizado por meio de dados secundários do Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero (SISCOLO) do SUS. Os dados extraídos são referentes ao número de exames citopatológicos realizados e ao número de diagnósticos de neoplasia maligna do colo de útero, no Estado de Alagoas. As variáveis estudadas foram carcinoma epidermóide, adenocarcinoma in situ e adenocarcinoma invasor, no período de 2017 a 2021. Resultados: Segundo o SISCOLO/SUS, no Estado de Alagoas, em 2017, foram realizados 108.429 exames citopatológicos de colo uterino; em 2018, 141.535; em 2019, 161.528; em 2020, 88.170; e em 2021, 150.005. Durante o mesmo período, houve, em 2017, 42 diagnósticos de neoplasia maligna do colo de útero, dos quais 85,71% foram carcinoma epidermóide (n=36), 9,52% adenocarcinoma in situ (n=4) e 4,76% adenocarcinoma invasor (n=2). Em 2018, foram registrados 15 diagnósticos, sendo 80% carcinoma epidermóide (n=12), 13,33% adenocarcinoma in situ (n=2) e 6,66% adenocarcinoma invasor (n=1). No ano de 2019, houve 23 casos, dentre os quais 91,30% foi classificado como carcinoma epidermóide (n=21), 4,34% adenocarcinoma invasor (n=1) e 4,34% adenocarcinoma in situ (n=1). Em 2020, foram identificados 17 casos, correspondentes apenas a carcinoma epidermóide (n=17). Por fim, em 2021, foram totalizados 13 casos diagnosticados de neoplasia maligna do colo de útero, compreendendo carcinoma epidermóide (76,92%; n=10), adenocarcinoma invasor (15,38%; n=2) e adenocarcinoma in situ (7,69%; n=1). Conclusão: Analisando-se os registros de 2017 a 2021, no Estado de Alagoas, foi possível perceber maior incidência de carcinoma epidermóide (87,27%), seguido por adenocarcinoma in situ (7,27%) e adenocarcinoma invasor (6,25%). Ademais, notou-se um padrão de crescimento no número de exames de citologia oncótica realizados, concomitante à redução de casos de neoplasia maligna cervical, no mesmo período, demonstrando a importância do rastreio para a identificação precoce de lesões precursoras de câncer de colo de útero.
Comissão Organizadora
Victor Lemos
Ilca Amorim
JOSÉ HUMBERTO BELMIRO CHAVES
Bruna Oliveira
Comissão Científica
Yara Lúcia Mendes Furtado de Melo