INTRODUÇÃO: Infelizmente, a psoríase genital permanece subtratada na grande maioria das pacientes. Até dois terços das pacientes com psoríase genital, nunca realizaram tratamento para as lesões genitais, muito menos tratamento sistêmico, e quase metade nunca discutiu a presença de lesões genitais com seu médico. É comum ocorrer baixa autoestima, isolamento social e prejuízos significativos na função sexual quando a psoríase genial aparece.
OBJETIVO: Lembrar a importância de se questionar as suas pacientes com psoríase, sobre lesões psoriáticas que envolvem a área genital.
RELATO DO CASO: Mulher de 34 anos, branca, veio à consulta de ginecologia relatando aparecimento de lesões pelo corpo, após forte stresse psicológico. Informa que há dez anos, durante gravidez, estas lesões surgiram e agora retornaram. Ao exame observou-se pápulas e placas eritematosas, descamativas e simétricas em região vulvar, infraumbilical, membros superiores e inferiores, com ausência de linfonodos inguinais palpáveis. Ausência de massas pélvicas ou sinais de irritação abdominal. Foi encaminhada para a dermatologia que realizou a biópsia e fechou o diagnostico de Psoríase Gutata.
DISCUSSÃO: A Psoríase Gutata geralmente é desencadeada por infecções bacterianas e se caracteriza por pequenas feridas, em forma de gota no tronco, nos braços, nas pernas e no couro cabeludo. Essas feridas são cobertas por uma fina escama, diferente das placas típicas da psoríase que são grossas. Este tipo, acomete mais crianças e jovens antes dos 30 anos e pode melhorar espontaneamente. Mais do que qualquer outra área do corpo, as lesões genitais podem prejudicar significativamente o bem-estar psicológico e a qualidade de vida de quem convive com a psoríase. Estudos existentes descobriram que a psoríase genital diminui a qualidade de vida em vários domínios, particularmente no que diz respeito à função sexual. Cerca de 72% das pacientes com psoríase se sentem desconfortáveis ??com o namoro e 60% relatam que essa doença as impediu de buscar um relacionamento íntimo.
CONCLUSÃO: Hoje, com as diversas opções terapêuticas disponíveis, já é possível viver com uma pele sem ou quase sem lesões, independentemente da gravidade da psoríase. Nos casos leves, hidratar a pele, aplicar medicamentos tópicos apenas na região das lesões e exposição solar orientada por dermatologista podem ser suficientes para melhorar o quadro clínico e promover o desaparecimento dos sintomas. O tratamento é essencial para manter uma boa qualidade de vida, melhorando assim o impacto que a psoríase genital causa na autoestima dessas pacientes.
Comissão Organizadora
Victor Lemos
Ilca Amorim
JOSÉ HUMBERTO BELMIRO CHAVES
Bruna Oliveira
Comissão Científica
Yara Lúcia Mendes Furtado de Melo