ANÁLISE DE PERSISTÊNCIA E RECIDIVA DE NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CERVICAL APÓS EXÉRESE DE ZONA DE TRANSFORMAÇÃO COM MARGEM ENDOCERCIVAL COMPROMETIDA NO NÚCLEO DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS GINECOLÓGICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

  • Autor
  • Eveline Xavier Pereira de Souza
  • Co-autores
  • Isabela Querido Lopes , Paula Fernanda Santos Pallone Dutra , Neila Maria de Góis Speck
  • Resumo
  • Introdução: O câncer de colo de útero é o quarto tipo de câncer mais comum entre mulheres em todo o mundo, estando 90% dos casos se concentrados em países de baixa e média renda. No Brasil, ocupa o 3º lugar em incidência e 4º em mortalidade. Sua lesão precursora, a neoplasia intraepitelial cervical (NIC), é necessária para o desenvolvimento da doença invasora, sendo, portanto, de suma importância a determinação de fatores de risco relacionados a sua persistência e recidiva após tratamento. Objetivo: Avaliar fatores de risco para comprometimento de margens em peça de exérese da zona de transformação (EZT), persistência e recidiva das lesões intraepiteliais em pacientes submetidas à EZT no período do estudo. Materiais e Métodos: Realizamos uma coorte retrospectiva no ambulatório de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo, de janeiro de 2017 a junho de 2020. A coleta de dados foi feita através de pesquisa de prontuário eletrônico, avaliando seguimento de todas as pacientes as quais o resultado anátomo patológico evidenciou lesão intraepitelial precursora e a análise estatística foi realizada através do software SPSS v20.0. Resultados: Das 377 pacientes submetidas a EZT no período, 199 foram incluídas na análise tendo realizado seguimento por ao menos 1 ano após procedimento. Observamos que 59,3% das EZT realizadas tiveram comprimento menor ou igual a 1,0cm (EZT tipo 1) e 44,2% tiveram alguma margem cirúrgica comprometida, sendo a margem endocervical comprometida em 19,1% dos casos. A taxa de persistência de NIC nos casos estudados foi de 18,1% e a taxa de recidiva de 4,5%, com aumento significativo de risco de persistência de lesão na presença de qualquer margem comprometida, tendo as margens endocervical [OR 5,1 (IC95% 2,3-11,3)] e radial [OR 6,0 (IC95% 2,5-14,4)] risco mais elevado em relação ao comprometimento da margem ectocervical [OR 3,5 (IC95% 1,6-7,2)]. Não houve aumento do risco de recidiva de acordo com o comprometimento das margens, tabagismo, idade ou status perimenopausal. O único fator associado ao comprometimento de margens foi o tipo de EZT realizado, com risco elevado quanto menor a EZT realizada (p=0,007). Conclusão: O tipo de EZT está correlacionado ao aumento de risco de margem endocervical comprometida e as margens endocervical e radial positivas para lesão intraepitelial elevam consideravelmente o risco de persistência de lesão após EZT, portanto estas pacientes estão expostas a maior risco de persistência de doença e devem ser submetidas a seguimento clínico rigoroso.

  • Palavras-chave
  • neoplasia intraepiteial, colo do útero, recidiva, neoplasia residual
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Neoplasias do TGI
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