Introdução: A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica, transmitida principalmente por contato sexual. Apresenta período de incubação de 10 a 90 dias, com média de 21 dias. Na gestação apresenta taxas elevadas de transmissão vertical nas fases primária e secundária com graves repercussões fetais se não tratada ou tratada inadequadamente. A sífilis secundária (SS) ocorre em média após seis semanas a 6 meses da cicatrização do cancro duro (fase primária). Os condilomas planos são lesões relativamente raras da SS, localizam-se nas dobras mucosas das áreas anogenitas e são frequentemente confundidos com condilomas causados por HPV. Objetivo: Relatar o caso de uma gestante com condiloma plano vulvar, uma manifestação rara de sífilis secundária. Método: Relato de caso e revisão de literatura. Resultados: Paciente gestante, 21 anos, G5P4A0, começou a apresentar em seu 7º mês de gestação lesões vulvares há 15 dias da data da consulta. Ao exame físico ginecológico foi observada grandes erupções cutâneas, elevadas e esbranquiçadas em região perianal e vulvar, com aspecto condilomatoso. Solicitou-se o VDRL, cujo resultado foi reagente 1:128, e a paciente foi tratada com uma dose Penicilina G Benzatina e a lesão regridiu completamente. A sífilis secundária pode também mimetizar várias doenças como dermatite seborreica, hanseníase, pitiríase rósea, erupções cutâneas medicamentosas, doenças reumáticas e câncer, complicando o diagnóstico clínico. Conclusão: É importante pensar no diagnóstico de sífilis na gestação diante de lesões vulvares, evitando-se tratamentos iatrogênicos por confusão diagnóstica com lesões induzidas por HPV. Além disso, o tratamento adequado reduz a transmissão vertical e os desfechos adversos fetais.
Comissão Organizadora
Victor Lemos
Ilca Amorim
JOSÉ HUMBERTO BELMIRO CHAVES
Bruna Oliveira
Comissão Científica
Yara Lúcia Mendes Furtado de Melo