INTRODUÇÃO: A malária, uma doença infecciosa, apresenta alta incidência nas comunidades indígenas, tendo impacto significativo na qualidade de vida dessas populações. Tal incidência deriva de causas multifatoriais e está fortemente ligada à ineficiência do Sistema de Saúde, o que contribui para a intensificação da exposição dos povos indígenas aos sintomas e aos danos fatais decorrentes da doença. Esse cenário é consequência do frágil vínculo e da insuficiente continuidade no cuidado com os povos indígenas. OBJETIVO: Conhecer os fatores determinantes para incidência de malária em populações indígenas brasileiras. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão de literatura, com busca sistemática em abril de 2024, a partir dos descritores “Indigenous Health”, “Malaria” e “Incidence” em base de dados como BVS, Pubmed e SciElo, no qual foram selecionados cinco artigos pertinentes, no período de 2018 a 2023. RESULTADOS: A Atenção Básica de Saúde é essencial para todas as populações, pois desempenha um papel fundamental na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças. No entanto, observam-se desafios significativos para a atuação eficaz dos serviços de saúde em comunidades indígenas, de modo que persistem doenças como a malária, patologia infecciosa causada pelo protozoário Plasmodium, que provoca tremores, febre alta, entre outros sintomas. A incidência de malária nessas comunidades é multifatorial, uma vez que envolvem aspectos socioculturais, econômicos naturais. e Tal cenário é atestado pela ineficiência das políticas públicas, consequência do baixo número de profissionais de saúde destinados às áreas indígenas e da baixa difusão de informações sobre doenças, o que prejudica o vínculo do indivíduo com o sistema de atenção básica, dificultando tanto a prevenção quanto o tratamento da malária. Além disso, a sazonalidade contribui para a persistência da doença, uma vez que acelera o ciclo biológico do agente etiológico, aumentando a densidade populacional do vetor e tornando a população indígena mais suscetível ao patógeno. Outrossim, fatores geográficos, como a localização das áreas indígenas em regiões distantes e a logística defeituosa, observadas pela dificuldade de locomoção e comunicação com tais comunidades, afetam o acesso à saúde. CONCLUSÃO: Depreende-se, então, que o direito à saúde da população indígena deve ser assegurado. Dito isso, a implementação de políticas eficientes ao sistema de saúde, ao destinar profissionais de saúde para as áreas indígenas, assim como melhoria das estruturas hospitalares e ampliação de recursos, em especial, medicamentosos, a fim de atender com qualidade à população, de modo que o vínculo e a longitudinalidade sejam estabelecidos. Além disso, deve-se mapear regiões endêmicas e realizar buscas ativas de criadouros do vetor transmissor da malária, com o fito de mitigar a exposição ao patógeno aos indígenas. Assim, ter-se-á uma comunidade protegida contra a malária.
Comissão Organizadora
Centro Acadêmico Ruth Sonntag Nussenzweig
Talys Arruda Jucá da Silva
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ASHLEY FERNANDA DE SOUSA E SOUSA
Mônica Oliveira Silva Barbosa
Julia Leite Abreu
Comissão Científica
Ana Beatriz Pereira de Souza
Gustavo Costa Freitas
Ana Caroline Lemos de Andrade