INTRODUÇÃO: Os determinantes sociais da saúde desempenham um importante papel na configuração do bem-estar das populações, influenciando diretamente as condições de saúde e as disparidades observadas entre diferentes grupos sociais. As pessoas em situação de rua representam um grupo particularmente vulnerável, frequentemente marginalizado e sujeito a uma série de fatores sociais, os quais exercem um impacto considerável na saúde física e mental dos indivíduos sem-teto. OBJETIVO: Analisar os determinantes sociais de saúde, como ausência de moradia adequada, desemprego e acesso limitado a serviços de saúde, visando compreender sua influência na saúde de pessoas em situação de rua. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de estudo um bibliográfico realizado no primeiro semestre de 2024, por meio de buscas nas bases de dados PubMed e Scielo, utilizando os descritores “social determinants”, “access to healthcare”, “public policy” e “homeless people’’, com operador booleano “AND” e o filtro dos últimos 5 anos, sendo encontrados 31 artigos, dos quais 5 foram relevantes para essa temática. RESULTADOS: As iniquidades vivenciadas pelas pessoas em situação de rua são profundamente enraizadas em determinantes sociais de saúde, como governança, políticas públicas, valores culturais e econômicos, resultando em violações dos direitos humanos. Durante a pandemia, as dificuldades pré-existentes foram exacerbadas, com acesso limitado a serviços de saúde e a apoio social, gerando situações desconfortáveis, insalubres e degradantes para moradores de rua. Indivíduos com moradia precária ou falta dela têm risco aumentado tanto de doenças quanto de mortalidade quando comparado àqueles alojados, haja vista taxas mais altas de problemas de saúde física e mental, incluindo doenças crônicas e transtornos comportamentais, os quais, uma vez não tratados adequadamente, culminam não só em hospitalizações frequentes, mas também em evolução para quadros de saúde mais graves. O estresse psicossocial, como violência e discriminação, impacta negativamente a saúde e bem-estar, especialmente em adultos de meia-idade e idosos. A privação de educação e de oportunidades de emprego dignas perpetua o ciclo de pobreza e vulnerabilidade. CONCLUSÃO: Conclui-se, portanto, que a falta de moradia, o desemprego e o estigma social associados ao acesso limitado aos serviços de saúde contribuem para piora do processo saúde-doença desses indivíduos, levando a taxas elevadas de morbimortalidade, que associado ao descaso do poder público culminam em total desrespeito à dignidade humana. Nesse sentido, é salutar reconhecer a necessidade de políticas públicas abrangentes que visem enfrentar determinantes sociais da saúde dessa população, com o intuito de promover o acesso equitativo a direitos essenciais dos cidadãos.
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