Introdução: As populações indígenas enfrentam desigualdades na saúde óssea nos diversos países onde estão presentes, mesmo em nações com sistemas de saúde amplos e avançados. Seu acesso à assistência médica é limitado, o que resulta em uma maior incidência de doenças como diabetes e osteoporose. Além disso, são mais propensos a sofrer lesões decorrentes de acidentes de trânsito ou violência infligida em comparação com os não indígenas. Como resultado, os povos nativos têm um maior risco de fraturas e das complicações graves que podem surgir delas.
Objetivo: Descrever a prevalência de fraturas nas populações indígenas encontradas a partir de literatura primária.
Metodologia: Este estudo é uma revisão integrativa realizada por meio de busca eletrônica na base de dados PubMed. A busca, utilizando os descritores “bone fractures”, “indigenous” e “prevalence", associados simultaneamente utilizando-se o operador “AND”, encontrou 30 publicações entre 1988 e 2024, as quais foram submetidas a critérios de seleção. Após aplicação dos critérios de inclusão, foram selecionados estudos nos idiomas inglês, espanhol e português disponibilizados na íntegra e de acesso livre, com período de publicação entre 2006 e 2024, totalizando 11 artigos a serem analisados.
Resultados: Dos três artigos elegíveis, foi constatada uma incidência de fraturas de 100.000 pessoas-ano em populações indígenas comparadas às populações não indígenas, levando-se em consideração o local da fratura óssea e a nacionalidade do indígena. Dentre as análises, a menor incidência foram as fraturas faciais da população indígena feminina, contando com uma taxa de 6,7%. Os indígenas apresentaram taxas mais elevadas de fraturas associadas a traumas. Outrossim, os estudos destacam a importância da diversidade metodológica, evidenciando a variedade nos métodos de coleta e análise de dados empregados pelos pesquisadores em suas pesquisas individuais. Por exemplo, foram identificadas disparidades nos modelos multivariados com a idade e gênero dos participantes, nos métodos de recrutamento, nos locais e causas das fraturas.
Conclusão: Com base no que foi apresentado, é notório a falta de assistência médica a esses povos. Fato esse retratado na alta incidência de fraturas entre as populações indígenas em relação às não indígenas. Além disso, o estudo mostra a dificuldade de entender todos os fatores que ocasionam esse índice elevado, devido à complexidade cultural e falta de políticas públicas. Dessa forma, é necessário políticas e programas que promovam a prevenção à saúde óssea dessas comunidades.
Comissão Organizadora
Centro Acadêmico Ruth Sonntag Nussenzweig
Talys Arruda Jucá da Silva
Sarah Garcia Bento Fonseca
ASHLEY FERNANDA DE SOUSA E SOUSA
Mônica Oliveira Silva Barbosa
Julia Leite Abreu
Comissão Científica
Ana Beatriz Pereira de Souza
Gustavo Costa Freitas
Ana Caroline Lemos de Andrade