INTRODUÇÃO: A atenção primária à saúde (APS) é a porta de entrada dos indivíduos para o sistema de saúde. Na Estratégia da Saúde da Família (ESF), é importante a criação de um vínculo com a população, garantindo o acesso ao primeiro contato e a continuidade da atenção dessas famílias, além da longitudinalidade e integralidade do cuidado à saúde. Com isso, a APS da população indígena é fundamental para a manutenção da qualidade de vida desses indivíduos OBJETIVO: Conhecer a realidade de acesso da população indígena à Atenção Básica de Saúde e evidenciar as fragilidades desse processo e as variáveis condicionantes para a efetividade dessa atenção. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão integrativa realizada em abril de 2024, a partir da base de dados Pubmed, SciELO e BVS, utilizando-se os descritores “Primary Health Care”, “Indigenous Health” e “Brazil”. Foram encontrados 44 artigos, com filtro dos últimos cinco anos, dos quais 5 foram relevantes para essa temática. RESULTADOS: A atenção primária à saúde, apesar de ser proposta para todos os brasileiros, possui características específicas devido às diferenças culturais, linguísticas e de acesso à saúde pela população indígena. Tais aspectos influenciam na baixa qualidade da atenção básica na saúde dessa população, visto que há inadequação logística e de rotatividade de profissionais. Além disso, outras variáveis que interferem na efetividade da APS a esses indivíduos são a dificuldade no enfoque familiar, baixa orientação comunitária e o conhecimento limitado dos profissionais de saúde sobre condições de vida e de trabalho dos pacientes, que sugere pouco vínculo e humanização no atendimento, afetando a relação profissional-paciente. Outrossim, fatores como a falta de meios de comunicação eficientes, dificuldade de locomoção pela escassez de transportes, inadequação da estrutura física dos locais de atendimento e difícil acesso às comunidades indígenas, diminuem a qualidade da atenção primária na saúde indígena. CONCLUSÃO: A saúde indígena demanda uma estrutura organizacional capaz de implementar políticas integradas no setor de saúde, juntamente com ações interdisciplinares que assegurem o direito à saúde, levando em conta as características étnicas e culturais específicas. A vinculação e qualificação dos profissionais e a articulação intra e intersetorial foram identificadas como desafios. Embora tenham sido observados alguns avanços na concepção participativa durante o planejamento do processo de trabalho, ainda persistem abordagens normativas e centralizadoras. Portanto, ressalta-se a necessidade de intensificar a participação no planejamento e na gestão, a fim de garantir uma atenção diferenciada, integral, equitativa e com controle social.
Comissão Organizadora
Centro Acadêmico Ruth Sonntag Nussenzweig
Talys Arruda Jucá da Silva
Sarah Garcia Bento Fonseca
ASHLEY FERNANDA DE SOUSA E SOUSA
Mônica Oliveira Silva Barbosa
Julia Leite Abreu
Comissão Científica
Ana Beatriz Pereira de Souza
Gustavo Costa Freitas
Ana Caroline Lemos de Andrade